Governo e aposentados definiram os parâmetros de negociação para substituir o atual redutor de benefício
O fator previdenciário, criado em 1999 para elevar a idade média dos trabalhadores que se aposentam, será substituído por uma fórmula elaborada em conjunto pelo governo e entidades de aposentados. Até a reunião de ontem com a presença dos ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) e Garibaldi Alves Filho (Previdência), em Brasília, governo e aposentados viviam um impasse. O governo quer o fator 85/95 e os aposentados defendem o fator 80/90.
Em ambas as propostas, a aposentadoria integral sem perdas seria concedida quando a soma da idade com o tempo de contribuição do trabalhador atingisse 95 (na regra do governo) ou 90 (na regra dos aposentados). Para as mulheres, a exigência é de cinco anos a menos 85 (governo) e 80 (aposentados).
O fator previdenciário como é aplicado hoje reduz em até 40% o valor do benefício, pois leva em conta a idade, o tempo de contribuição e a expectativa de vida.
Originalmente, os aposentados queriam a extinção do fator sem nenhum outro tipo de redutor.
“Fizemos uma reunião com as centrais e as lideranças dos aposentados e fechamos uma proposta conjunta pelo fator 80/90”, disse Epitácio Luiz Epaminondas, o Luizão, presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados da CUT.
No encontro de ontem com os ministros, ficou definida a elaboração de uma fórmula consensual. “Podemos criar um modelo que atenda às duas fórmulas com uma regra de transição. Começando em uma e chegando a outra. O importante é acabar logo com o fator que prejudica tanto os trabalhadores”, disse Luizão. Segundo o sindicalista, para quem já está trabalhando o novo fator seria menor (80/90). Para quem for entrar no mercado de trabalho valeria o fator 85/95. Na primeira quinzena de abril, um grupo de técnicos do governo vai se reunir com os aposentados para acertar os detalhes da nova fórmula.
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