DE SÃO PAULO
As vendas de veículos importados de montadoras que não têm fábrica no país cresceram 16,9% em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano passado.
No primeiro mês do ano, foram emplacadas 11.367 unidades no total das empresas associadas a Abeiva (Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores). Na comparação com o resultado de dezembro, houve queda de 40,6%.
Fazem parte da associação desde marcas de luxo, como Ferrari e Porsche, até fabricantes de modelos mais populares, como as chinesas Jac e a coreana Kia.
Para o presidente da entidade, José Luiz Gandini, o aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) impactou o resultado de janeiro.
A medida, que entrou em vigor no meio de dezembro, prevê elevação de 30 pontos percentuais para os modelos que não atingirem conteúdo nacional mínimo e fora dos países com acordo do setor com o Brasil, como México e integrantes do Mercosul.
As marcas não enquadradas nos critérios de exceção — como o conteúdo nacional e investimento mínimo em inovação — passam a ter alíquota de até 55%. Sem o aumento, o imposto variava entre 7% e 25%.
Segundo Gandini, a entrada em vigor da medida provocou desorientação nos consumidores. “Quem repassou, quem não repassou. Várias dúvidas comprometeram a venda de veículos importados, fato que deve se normalizar em março ou abril, quando todos os players [marcas] já tiverem seus preços equalizados”, disse em nota.
Como algumas montadoras tinham estoques em dezembro, os preços mais altos aos consumidores foram postergados para o início deste ano.
As vendas das marcas importadas associadas a Abeiva representaram 4,5% do mercado brasileiro em janeiro. No acumulado do ano passado, essa fatia era de 5,82%, com 199.366 unidades.
Embora estime uma melhora para o resultado a partir de março, a associação espera uma queda de 20% para as vendas neste ano, com a venda de 160 mil unidades.