Vitória contra o assédio moral na Stampcom

Fotos Andreia Segura

Assembleia aprova fim da greve e vitória no tribunal
 

Os cerca de 80 companheiros e companheiras da Stampcom (zona sul) encerraram nesta sexta-feira, dia 16, com uma vitória estrondosa, uma greve de cinco dias contra assédio moral, por direitos e benefícios justos. A volta ao trabalho foi aprovada em assembleia comandada pela manhã, pelo diretor do Sindicato José Silva. Eles voltaram com todos os direitos garantidos pelo Tribunal Regional do Trabalho.

O diretor do Sindicato levou as denúncias de irregularidades para o Tribunal que, em audiência na quinta-feira, presidida pela desembargadora Rilma Aparecida Hemetério, vice-presidente do órgão, acolheu as reivindicações, considerou que a empresa atentava contra a dignidade dos trabalhadores, sobretudo das mulheres, e determinou à empresa o seguinte:

– Negociar o acordo de PLR, sujeito a multa caso se recuse;
– Livre acesso das mulheres aos banheiros, com disponibilização de material de higiene e limpeza (os banheiros ficavam trancados);
– Instalação de chuveiros nos banheiros;
– Regularização da Cipa até julho (não tem);
– 60 dias de prazo para implantação de auxílio-alimentação (tíquete ou comida no local, desjejum, cesta básica);
– Fim do banco de horas;
– Fim do desconto das quebras de ferramenta dos salários;
– Readmissão de 7 funcionários;
– Pagamento das horas paradas desde o início da greve;
– 60 dias de garantia de emprego;
– Cumprimento das cláusulas desrespeitadas da convenção coletiva de trabalho e, caso não cumpra, o Sindicato entrará com ação de cumprimento (horas extras, desconto do DSR por atraso de horário, fornecimento de holerite, desconto indevido das horas em que foram realizadas assembleias, e outras).

Segundo José Silva, a empresa fica a 2,5 km do primeiro ponto de ônibus, no bairro de Colônia, Parelheiros, área rural no extremo da zona sul da capital.

“Os trabalhadores dependem de um ônibus da empresa pra chegar e sair do local. Quando fazem hora extra ficam sem transporte e têm que ir a pé pra casa. O local não tem iluminação”, explicou.

No final da assembleia, Zé Silva disse para os trabalhadores: “Aqui vocês vão ter que aprender um a cuidar do direito um do outro, porque quando fizerem isso, ninguém vai conseguir isolar alguém pra assediar moralmente.”

O presidente Miguel Torres disse que a dignidade do trabalhador é inegociável. “O Sindicato estará presente sempre onde o trabalhador precisar, seja para defender seus direitos ou sua cidadania”. 

A  moblização contou com apoio dos assessores Baía, Caixa, Messias, Manoel.


A caminho da fábrica

Seguindo pela estrada até a fábrica


Portão de entrada do sítio onde fica a empresa

Trabalhadores entram para o trabalho após a assembleia