Os trabalhadores têm história de luta e incontáveis conquistas obtidas com sacrifícios e muita persistência e sabem que sem mobilização e unidade não se vai muito longe. Nessa trajetória também amargaram perdas, mas provocaram o debate e levaram a processos de mudanças que envolveram a sociedade.
O movimento passe livre é um exemplo desse tipo de luta. Começou com a iniciativa de jovens que estão se manifestando contra a inércia dos governos em relação aos graves problemas sociais e cobrando a solução de questões importantes para a população e mudanças para o País.
O aumento da tarifa do transporte foi um estopim. A mobilização envolveu outros setores sociais, levou à redução dos preços, mas ainda temos o grave problema da falta de qualidade do transporte e de outros serviços básicos.
Os trabalhadores são sacrificados a cada dia com as falhas diárias do sistema de trens, metrô, ônibus, superlotação e engarrafamentos que obrigam a acordar cada vez mais cedo e chegar cada vez mais tarde na volta pra casa, sem contar o estresse diário e o desgaste físico.
Há tempos, os metalúrgicos de São Paulo pedem passe livre para os desempregados, jornada de 40h semanais, reivindicações que estão diretamente ligadas a questão do acesso e da qualidade de vida; cobramos medidas contra a inflação, que corroi os salários, encarece o crédito e limita o consumo necessário; temos uma Pauta Trabalhista, pra negociar com o Congresso Nacional e o governo federal, que pede o fim do fator previdenciário, mais recursos para a saúde e a educação, entre outras, além da luta recente pela reposição das perdas do Fundo de Garantia.
Precisamos levar o debate onde for possível e preciso, para que tenhamos qualidade de vida. Por isso, estamos nas portas de fábrica e nas ruas, mobilizando, cobrando e denunciando, porque não há outra forma de mudar e conquistar se não for pela pressão. Se não vamos para as ruas ninguém nos vê nem ouve.