Vitória do Xingu (PA): Trabalhadores das obras da Usina de Belo Monte estão em greve

Hoje haverá reunião entre empresa e trabalhadores

Está marcada para hoje uma reunião entre trabalhadores e representantes do consórcio construtor da Usina de Belo Monte que pode por fim paralisação dos trabalhos no principal canteiro de obras, no Pará.

Trabalhadores do canteiro de obras em Vitória do Xingu (PA), onde está sendo construída a usina hidrelétrica de Belo Monte, iniciaram greve na sexta-feira (25) por melhorias nos salários e condições de trabalho. Atualmente o piso pago aos funcionários é R$ 900, considerado abaixo do mercado. Eles afirmam que também não terão permissão para passar as festas de fim de ano com suas famílias, no recesso entre os dias 22 de dezembro e 5 de janeiro.

O ConsórcioConstrutor Belo Monte (CCBM), responsável pela principal obra do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), avaliada em R$ 25 bilhões, determinou como folgas apenas os dias 25 de dezembro e 1° de janeiro.

O contrato entre trabalhadores e o CCBM prevê ainda dispensa a cada seis meses, mas os operários exigem mudança para três meses.

Os trabalhadores também denunciam precariedade nas condições de trabalho e alimentação. Cerca de 200 dos 1.800 trabalhadores passaram mal e tiveram intoxicação alimentar por conta de comida estragada distribuída na obra. No canteiro Palmital, que também faz parte do complexo, outros cinco trabalhadores tiveram indisposição. Parte dos operários seguiram para o Hospital Regional da Transamazônica, localizado em Altamira (PA).

Dos quatro canteiros do complexo, apenas Santo Antônio mantém a greve –o restante deve continuar com as obras. Na próxima segunda-feira (28) está prevista uma reunião entre trabalhadores e representantes do CCBM para decidir os rumos da paralisação.

A última greve ocorreu no último dia 12 de novembro –na ocasião, segundo depoimento de alguns funcionários, 170 empregados foram demitidos e escoltados por 15 homens da Polícia Militar, acionada pelo CCBM.

De acordo com o consórcio responsável pela obra, a manifestação reuniu 40 dos 1.800 trabalhadores do canteiro, mas a empresa decidiu suspender os trabalhos na área por questões de segurança. Ainda segundo o consórcio, nos dois outros canteiros de obras da usina o trabalho segue normalmente.

O grupo de empresas, liderado pela construtora Andrade Gutierrez, argumenta que está discutindo a data base dos trabalhadores com o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Pesada e Afins do Pará (Sintrapav-PA) e que o prazo das negociações ainda não está encerrado.

Fonte: Jornal Valor e portal UOL