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Metalúrgicos de Mogi participam da assembleia regional contra reforma trabalhista

Presidente Miguel Torres explicou as mudanças que virão com a reforma e trabalhadores decidiram, junto ao Sindicato, resistir a elas já na próxima campanha salarial que vai começar em agosto

Trabalhadores aprovam a luta em unidade com a diretoria e assessoria

O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes realizou ontem (20), em Mogi das Cruzes, a primeira assembleia regional de resistência à aplicação da reforma trabalhista pelas empresas. A ação foi realizada na subsede do Sindicato e reuniu trabalhadores de várias metalúrgicas de Mogi, Poá, Guararema e Biritiba Mirim, convocados pelos diretores Silvio, Paulão e Ester, Arakém (secretário-geral) e equipes.

O presidente do Sindicato, Miguel Torres, que comandou a assembleia, explicou o que o governo fez para conseguir aprovar a reforma, como ela vai tirar direitos e como resistir às mudanças.
“A estratégia do governo foi liberar verba para os parlamentares, com a crise que está aí. Muitos parlamentares se venderam. Agora nos resta a resistência”, disse Miguel.

CONTRATOS – O presidente citou como exemplo as mudanças nos contatos de trabalho. “o trabalhador vai poder ser contratado por tempo parcial e ganhar só pelo tempo que trabalhar. Se trabalhar três horas recebe pelas três horas. Ele fica cadastrado e à disposição do patrão. Se quando estiver trabalhando faltar energia, ele não vai ganhar pelas horas paradas. Isso é o trabalho intermitente. Na nossa categoria essa jornada será mais difícil de implantar por causa do sistema de produção e pela atuação do Sindicato, mas se não tem um sindicato forte vai acontecer o que o patrão quer”, disse Miguel.

JORNADA – Miguel falou também a jornada especial, que vai passar de 5h para 30h semanais. “É uma maneira de o trabalhador não ficar na fábrica e não ter direitos, como férias, por exemplo”.

NEGOCIADO SOBRE O LEGISLADO – “Não somos contra negociar porque sempre negociamos; PLR, cesta básica, melhores condições de trabalho, jornada. Mas o que eles querem não é para melhorar ou ampliar o que temos, mas para tirar direitos, sem nenhum equilíbrio. Se não houver acordo a empresa pune o trabalhador, demite.”

Campanha salarial
Miguel lembrou que a partir de agosto grandes categorias vão começar suas campanhas salariais e vão ter dificuldades.
“Vamos propor unificar as campanhas, mesmo com datas-bases diferentes, e uma ajudar a outra. A convenção coletiva é um espaço de negociação e se não houver acordo na data-base, a convenção cai, porque o Supremo Tribunal Federal acabou com a emenda que garantia a continuidade da convenção até ela ser renovada. Por isso precisamos ter uma campanha organizada e forte e tentar corrigir as mudanças impostas pela reforma por meio da nossa convenção”, afirmou.

Preocupação
O presidente disse que o Sindicato está levando esse debate para as fábricas, mas que não tem certeza se os trabalhadores estão entendendo o que vão enfrentar daqui pra frente. “Negociação direta, homologação na empresa, quitação das verbas sem direito de abrir processo pra cobrar alguma coisa que não recebeu; o comum acordo na demissão – o trabalhador pode sair mas com 50% do que tem direito”.

As mudanças (reforma aprovada) entram em vigor em 120 dias (novembro) e Miguel Torres alertou para o caso de os patrões tentarem implementar as mudanças antes da data. “Vamos fazer resistência por empresa, por categoria, por região para não deixar implementar esta reforma”, afirmou.

Miguel Torres disse aos trabalhadores que o deputado federal Paulinho, presidente da Força Sindical, está tentando corrigir alguns pontos da reforma por meio de uma medida provisória que está sendo negociada com o governo. “É outro caminho que temos”, disse.

Secretário-geral Arakém, presidente Miguel Torres, diretores Ester (blusa azul), Paulão e Silvio, responsáveis pela mobilização na região, e diretores de outros setores

Palavra aberta: Trabalhadores se manifestam na assembleia