“Recebemos com pesar a notícia do falecimento do economista e professor Walter Barelli. Temos certeza de que Barelli será sempre lembrado por ter sido um grande brasileiro, honesto, estudioso, progressista e democrata.
Um profissional que exerceu com competência e representatividade os cargos que ocupou. No Dieese, como diretor-técnico, foi um companheiro fundamental para o fortalecimento do movimento sindical e das campanhas salariais, contra a inflação, de resistência à ditadura militar, pela redemocratização e pelos avanços na Constituição do Brasil.
Para nós, do movimento sindical, Walter Barelli foi um dos principais nomes a ocupar o importantíssimo e hoje extinto Ministério do Trabalho, principalmente por sua firme posição em defesa da geração de emprego.
Pedimos que Deus lhe dê a eterna felicidade e conforte o coração de sua família, colegas de trabalho e amigos”.
Miguel Torres
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM) e Força Sindical
Velório – Cripta da Catedral da Sé, São Paulo/SP, nesta sexta, 19 de julho, entre 15h e 22 horas (por motivos de segurança, a partir das 19 horas a entrada ocorre pelo fundo da catedral). Neste sábado, dia 20, o velório retorna a partir das 7h30 e, às 10 horas, haverá uma missa de corpo presente. Enterro: às 11 horas, os familiares e amigos seguirão para o Cemitério Gethsemani Anhanguera (km 23,4 da rodovia Anhanguera), onde será enterrado.
Nota das centrais sindicais: Barelli foi um combativo aliado na luta dos trabalhadores
As centrais sindicais brasileiras estão de luto em razão da morte do companheiro Walter Barelli na noite do dia 18 de julho de 2019.
As centrais sindicais brasileiras estão de luto em razão da morte do companheiro Walter Barelli na noite do dia 18 de julho de 2019.
De família humilde, trabalhou desde cedo e lutou para se formar na faculdade de economia da Universidade de São Paulo. Como intelectual, se dedicou à classe trabalhadora fornecendo material técnico confiável para embasar as reivindicações. Foi militante na Juventude Universitária Católica (JUC) e no Sindicato dos Bancários de São Paulo, como funcionário do Banco do Brasil.
Em 1966, em plena época de repressão e perseguição ao movimento sindical, Barelli tornou-se aos 28 anos, o quarto diretor técnico da história do Dieese.
No Dieese, foi o responsável pela denúncia da manipulação dos índices oficiais da inflação, em julho de 1977. A denúncia foi o estopim para a deflagração da onda de greves no ABC em 1978. A visibilidades desta denúncia permitiu um amplo crescimento do Dieese, que se expandiu pelos estados.
Entre de 1992 e 1994 foi ministro do Trabalho no governo Itamar Franco, entre 1995 a 2002 foi secretário do Emprego e Relações do Trabalho do Estado de São Paulo (SERT), nos governos de Mário Covas e Geraldo Alckmin e entre 2003 e 2007 foi deputado federal pelo PSDB-SP.
O falecimento de Barelli ocorre uma semana antes de ele completar 81 anos. Ele estava internado há três meses, depois de sofrer uma queda.
Sua memória, a de um homem sério, abnegado, comprometido com os trabalhadores e, ao mesmo tempo, afável, humano e agregador, dará sempre força ao movimento sindical. Força que tanto precisamos em momentos conturbados como o que vivemos agora. Barelli entra para a história do Brasil e, em particular, dos trabalhadores brasileiros, como uma pessoa rara, cujas ações tiveram um grande e positivo efeito nos caminhos que o sindicalismo trilhou até aqui.
São Paulo, 19 de julho de 2019
Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT)
Miguel Eduardo Torres, presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT)
Adilson Araújo, presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)
José Calixto Ramos, presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST)
Antônio Neto, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB)
Nota do DIEESE; Barelli, sentiremos muito a sua falta!
O DIEESE e as entidades que representam os trabalhadores em todo o
Brasil estão de luto de hoje. Em nome de todos, o DIEESE manifesta pesar
pelo falecimento de Walter Barelli, economista e ex-diretor técnico da
instituição, ontem em São Paulo.
Barelli trabalhou no DIEESE entre 1965 e 1990. De 1968 até deixar a
instituição, representou o principal nome do órgão, atuando como diretor
técnico. Durante a a campanha para a eleição presidencial de 1989, ficou
responsável pela área de economia do então candidato e hoje
ex-presidente Lula, e depois atuou como coordenador do governo paralelo,
para propor alternativas ao governo Collor. Entre 1992 e 1994, esteve à
frente do Ministério do Trabalho no governo de Itamar Franco, mais
tarde, elegeu-se deputado federal e foi secretário do trabalho em
gestões de Mário Covas e Geraldo Alckmin no governo do estado de São
Paulo. Também foi professor na Unicamp, PUC SP e Fundação Getúlio
Vargas.
Militante na Universidade de São Paulo, onde cursou Economia, na
Juventude Universitária Católica (JUC), no Sindicato dos Bancários de
São Paulo, como funcionário do Banco do Brasil, ele ingressou no DIEESE
em um dos momentos mais conturbados da história do país, quando o
movimento sindical era fortemente perseguido. A competência na condução
dos trabalhos, a combatividade, o espírito agregador e a habilidade
política foram fundamentais para a consolidação do DIEESE como órgão de
assessoria e pesquisa, com reconhecimento em toda a sociedade, e a
contribuição expressiva da instituição no fortalecimento dos sindicatos
em plena ditadura militar.
Nascido em 25 de julho de 1938, era filho de um mecânico de manutenção e
de uma tecelã, viúvo, pai de Suzana, Paulo e Pedro, corintiano, além de
dieeseano, economista, professor, militante, político. Deixa uma lacuna
gigante.
Muito da história de Barelli está contado no site de memória do DIEESE:
http://memoria.dieese.org.br/…/nossas_histor…/walter-barelli
O falecimento de Barelli ocorre uma semana antes de ele completar 81
anos. Ele estava internado há três meses, depois de sofrer uma queda.
Os funcionários do DIEESE lamentam profundamente a perda e, como não
poderia deixar de ser, seguem carregando as bandeiras defendidas por
Barelli durante a vida toda: o fim da desigualdade, a distribuição da
renda e o emprego de qualidade.
Barelli! Presente!