Greve em Suape pelo cumprimento de acordo

Sindicato patronal não cumpre acordo
e trabalhadores de Suape cruzam os braços

Parados há 14 dias, os 54 mil trabalhadores esperam que empresas cumpram acordo

Em um auditório lotado pela presença de trabalhadores e da imprensa do estado de Pernambuco em geral, teve início na tarde da última segunda-feira (12), na Superintendência Regional do Trabalho (SRT), no Recife, a negociação que pretendia por fim ao impasse entre trabalhadores e patrões quanto a paralisação que ocorre nas obras da Refinaria Abreu e Lima, e da Petroquímica do Complexo Industrial de Suape, Litoral Sul de Pernambuco. O encontro contou com a presença de nomes de peso nacional, como o ministro do Trabalho e Emprego, Brizola Neto, do Presidente da Força Sindical Nacional, Paulo Pereira da Silva e do Vice-Presidente Nacional, Miguel Torres.

Nailanna Tenório

Miguel Torres, Paulinho da Força, Ministro Brizola Neto e Aldo Amaral negociam avanços

Em questão, a luta de 54 mil trabalhadores, que estão em estado de greve desde o dia 31 de outubro, por motivo de descumprimento, por parte dos patrões, de várias cláusulas do acordo coletivo assinado no mês de agosto, que prevê a equiparação salarial para as funções. Segundo o, Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplanagem no Estado de Pernambuco, Sintepav-PE, cálculos indicam que há diferenças de até 40% dependendo da função e da empresa.

O principal ponto de discordância é que os trabalhadores pedem equiparação salarial pelo teto, e as empresas, através do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada, Sinacon, oferecem  uma média. Outro fator agravante são as denúncias de ações coercitivas, por parte da Polícia Militar de Pernambuco, contra os trabalhadores, que apresentaram vídeos dos atos dos policiais ao Ministro Brizola Neto, que foi categórico ao afirmar que é “inaceitável que situações como essas ocorram em Suape ou em qualquer lugar do Brasil”.

Porém, após seis horas de negociação, da qual participaram também o presidente da Força Sindical de Pernambuco, Aldo Amaral, e o vice-presidente, Rinaldo Júnior, as partes não chegaram a um acordo, apesar de um relativo avanço. “conseguimos avançar em 13 funções, mas ainda há 19 aguardando. Porém é um avanço, uma aprendizagem. Continuaremos lutando”, comentou o Vice-Presidente Nacional da Força, Miguel Torres.Na manhã desta terça (13), aconteceu um novo encontro entre as partes, desta vez no Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região, que decretou a ilegalidade da greve. Apesar da decisão, o presidente do Sintepav-PE, Aldo Amaral, informou uma nova assembléia  está marcada para esta quarta-feira (14), às 7h, em Suape, onde será decidido o rumo da paralisação.

Por
Nailanna Tenório – Divisão de Jornalismo – ABBC – Agência Brasileira de Comunicação e Força Sindical PE