A Força Sindical Nacional e Força Sindical SP realizaram na terça-feira, 28 de abril, no auditório do Palácio do Trabalhador, sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, na Liberdade, um ato para marcar o 28 de Abril – Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho.
Esta data foi instituída em 2003 pela OIT, Organização Internacional do Trabalho, para que o mundo inteiro expresse solidariedade aos trabalhadores que ao longo da história foram vítimas de acidentes e de doenças do trabalho e que os países busquem a adoção de medidas de prevenção que eliminem definitivamente os riscos nos ambientes de trabalho.
O fato que originou esta iniciativa foi a explosão de uma mina nos Estados Unidos, em 1969, que causou a morte de 78 trabalhadores.
Diretores do Sindicato têm expressiva participação no evento
O diretor Luisinho, responsável pelo departamento de Saúde do Trabalhador do Sindicato, diz que há avanços, mas ainda não é grande a mobilização sindical na área. “Precisamos conquistar a opinião pública e explicar para a sociedade que são inadmissíveis os acidentes e as doenças profissionais, que são um custo social e econômico muito alto”. Luisinho também criticou as Medidas Provisórias do governo federal (MPs 664 e 665), que dificultam o acesso do trabalhador a direitos trabalhistas e previdenciários, como o auxílio-doença e o seguro-desemprego, entre outros.
“Hoje é um dia de reflexão. Nossa luta precisa ser desenvolvida no dia a dia, pois a vida e a saúde são um patrimônio do trabalhador”, afirma Jorge Carlos de Morais, Arakém, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
Tadeu Morais, 1º vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, disse que, diante de um Estado ausente e de uma mídia que não dá destaque ao tema, as “ações do movimento sindical precisam ser mais fortes em defesa da saúde do trabalhador”.
João Carlos Gonçalves, Juruna, secretário-geral da Força Sindical, observa que as melhorias das condições de vida não são só responsabilidade do fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego, mas também dos sindicalistas. “É fundamental fortalecer a ação sindical nesta área, com organização nos locais de trabalho e preparando os cipeiros para exigirmos direitos, melhores salários e condições dignas de trabalho”.
Para o diretor Cláudio Prado, do nosso Sindicato, “os trabalhadores são também consumidores, portanto as empresas têm que proteger a mão de obra e não tratá-la como descartável”.
Outros depoimentos
“Esta data é importante para dar visibilidade do quanto ainda é preciso melhorar o ambiente do trabalho e a organização do trabalho”, declara Arnaldo Gonçalves, secretário nacional de Saúde e Segurança do Trabalho da Força Sindical.
Já Melquíades de Araújo, presidente da Fetiasp (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação), destaca que é obrigação do sindicato agir para resguardar a vida dos trabalhadores. “temos que nos perguntar qual a nossa participação, que trabalho desenvolvemos”.
Para Sérgio Luiz Leite, Serginho, 1º secretário da Central, recorrer ao fiscal do Ministério é um modelo que está se esgotando. “Saímos desta dependência e temos de trabalhar no empoderamento da Cipa (Comissão Interna de Prevenção deAcidentes) e também ficarmos atentos às ameaças feitas pelos patrões às normas regulamentadoras.
Neuza Barbosa de Lima, diretora da Fetiasp, lembra das lutas que categorias como metalúrgicos, químicos, costureiras e trabalhadores da alimetnação fizeram em defesa da saúde dos trabalhadores. ‘Temos de ser solidários uns com os outros e lutarmos pela prevenção de acidentes e doenças do Trabalho”.
João Scaboli, secretário-adjunto da Secretaria de Saúde e Segurança da Central, defende a efetiva implantação das políticas de saúde dos trabalhadores no País e Luís Carlos de Oliveira, Luizinho, também secretário-adjunto, trabalha pela manutenção das normas regulamentadoras e no aprimoramento delas.
No evento, José Antonio Simão Rodrigues, diretor do Sindicato das Costureiras SP e Osasco, pediu um minuto de silêncio em homenagem às vítimas de acidentes em todo o mundo.
Marcos Ribeiro, presidente do Sindicato dos Técnicos de Segurança e secretário de saúde e segurança da Força São Paulo, afirma que é preciso refletir sobre os problemas que os trabalhadores enfrentam nesta área. Os números oficiais mostram que, em média, são 2.700 mortes. “Mas será que é verdade? Quem diz que entre as 45 mil mortes que ocorrem no trânsito, parte não é de trabalhadores?”, ressalta.
“O 28 de abril deveria ser lembrado todos os dias”, declara Rogério de Jesus, assessor da Secretaria de Saúde e Segurança da Central, que fez a palestra sobre o tema durante o ato. Ele comentou o folheto distribuído: “Não ao retrocesso! Saúde e vida no trabalho são direitos humanos fundamentais”.
Segundo Rogério de Jesus, foram registradas no Brasil, entre 1997 a 2013, as mortes de 51 mil pessoas, número equivalente aos habitantes do município de Campos do Jordão. Estes dados – embora oficiais – não refletem a realidade, porque o INSS registrou 2.797 acidentes com óbito em 2013, mas apenas de trabalhadores que eram regidos pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). “As baianas que fazem acarajé na Bahia e vários segmentos de motoristas não estão incluídos nestas estatísticas”, diz. Ele ressalta também que o custo social é alto e chega a 4% do PIB (Produto Interno Bruto) do País.
Clique aqui e acesse plano de ação da
Força Sindical na área de Saúde do Trabalhador
Mais fotos: