Domingos Tadeu/PR Paulinho e Miguel Torres (à esq. na mesa) na reunião com o ministro Gilberto Carvalho, ao lado do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa (E), e do ministro Carlos Lupi (Trabalho), que abriu canal de negociação com centrais sindicais |
Na primeira reunião com seis centrais sindicais, o governo federal abriu canal permanente de discussão sobre temas de interesse dos trabalhadores. A informação foi transmitida pelo secretário-geral da Presidência da República, ministro Gilberto Carvalho, escolhido pela presidenta Dilma Rousseff para intermediar o debate, após encontro ocorrido no Palácio do Planalto. Segundo Carvalho, esse fórum possibilitará definir políticas trabalhistas que terão validade pelos próximos anos.
Os dirigentes das centrais sindicais saíram de encontro certo de que deram início ao processo de negociação que envolve os reajustes do salário mínimo, tabela do Imposto de Renda (IR) e benefício e aposentadoria da previdência oficial. O presidente da CUT, Artur Henrique, destacou que a reunião permitiu que as lideranças dos trabalhadores pudessem colocar para o governo aquilo que desejam como modelo de aumento do salário mínimo.
“O compromisso do governo é com o cumprimento do acordo firmado em 2007. Esse é um governo que cumpre acordo”, anunciou o ministro Gilberto Carvalho.
Isso representa, segundo informou, que o salário mínimo será de R$ 545,00 em janeiro de 2011. O ministro afirmou que para o 2012 o índice de reajuste deve ficar entre 12% e 13%, o que terá um elevado impacto na economia brasileira. Além disso, conforme explicou, entre 2003 e 2010 — ou seja, nos dois mandatos do presidente Lula, o mínimo teve aumento de 62,4%.
Na próxima quarta-feira (2/2), às 10h, haverá uma nova reunião com as centrais sindicais. Gilberto Carvalho disse que levará todas as questões colocadas na reunião à presidenta Dilma Rousseff. Ele admitiu que mais adiante acontecerá uma conversa entre as lideranças sindicais com a presidenta, mas descartou qualquer previsão de data. O ministro reafirmou que o relacionamento com as centrais será mantido nos próximos quatro anos, seguindo as diretrizes iniciadas no governo Lula.
Carvalho explicou que o governo assume o compromisso de manter a política de reajuste do salário mínimo até 2023, sendo que a fórmula de aumento permanece até 2015. Dali para frente, o tema será tratado com o futuro presidente. O ministro esclareceu também que a posição será mantida no Congresso Nacional e aposta numa vitória do governo junto ao Poder Legislativo.
Ele disse também que o reajuste da tabela do IR não entrou na pauta da reunião de hoje porque o governo não queria vincular este tema ao ajuste do valor do mínimo. O assunto pode ser colocado na próxima semana.