BC indica que não haverá redução de juros tão cedo

Ata da reunião do Copom foi divulgada na manhã desta quinta-feira

– O Banco Central indicou que não deve cortar a taxa de juros tão cedo. A informação é da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na manhã desta quinta-feira. Na semana passada, a diretoria do BC decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) estável em 14,25% ao ano. Desde julho do ano passado, não há alteração na política de controle de preços no país.

Apesar de a inflação oficial, o Índices de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acumular uma alta de 10,36% nos últimos 12 meses (muito acima do teto da meta de 6,5% para este ano), os diretores do BC julgaram que não há espaço para mais aperto nos juros por causa da crise econômica. E nem para uma queda, por causa da persistente alta de preços.

Dos oito diretores, dois votaram por um aumento de 0,5 ponto percentual. Sidney Corrêa Marques (Sistema Financeiro) e Tony Volpon (Relações Internacionais) mantêm esse voto desde o fim do ano passado.

No início do ano, o Copom até sinalizou que apertaria a política monetária. Apenas um dia antes da reunião do colegiado em janeiro, o presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini, soltou um comunicado nada convencional para comentar previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI). Era um pretexto para avisar que o plano de voo tinha mudado e que não haveria alta dos juros.

Depois disso, em entrevista à colunista do GLOBO Miriam Leitão, ele disse que ainda é cedo para cortar a taxa básica, mas os economistas do mercado financeiro trabalham com a queda da Selic no segundo semestre deste ano, quando a inflação começar a mostrar índices melhores.

1. O que é Copom?
O Comitê de Política Monetária (Copom) é quem fixa a taxa de juros básica da economia (Selic). É ele que orienta o que os bancos, cartões e financeiras cobram dos clientes. É formado pelo presidente e sete diretores do Banco Central (BC), que se reúnem a cada 45 dias. A decisão sobre a Selic é tomada por votação.