A PEC da reforma da Previdência Social apresentada pelo presidente Temer às centrais sindicais acaba com as conquistas sociais da classe trabalhadora e com o sonho da aposentadoria.
Mais uma vez, o governo dá aos trabalhadores um presente de Natal recheado de desesperança, tristeza, desvalorização do trabalho. Impor uma idade mínima de 65 anos para aposentadoria e aumentar o tempo de contribuição é condenar os trabalhadores a não se aposentarem.
A proposta é, ao mesmo tempo, um engodo. Fixa uma idade mínima de 65 anos com pelo menos 25 de contribuição, que vão aumentar a cada ano, se a expectativa de vida do brasileiro aumentar. Para se aposentar com benefício integral será preciso contribuir por 49 anos.
Mexer nas regras das aposentadorias especiais, reduzir o valor da pensão por morte e dos benefícios de prestação continuada, desvinculando-os do salário mínimo, igualar tempo de contribuição de homens e mulheres, mexer no cálculo da aposentadoria é muita injustiça.
O governo fez um jogo de cena ao chamar as centrais sindicais para apresentar um pacote pronto e não propostas para negociação. Somos totalmente contra propostas que tiram direitos; vamos mobilizar os trabalhadores e pressionar deputados e senadores a mudarem o projeto.
O governo tem em mãos propostas viáveis, apresentadas pelas centrais sindicais, para a retomada do crescimento, entre elas, o Programa de Renovação da Frota de Veículos, mas parece não ter interesse em tirá-las do papel. Temos que gerar emprego e renda, aquecer a economia para melhorar a arrecadação. É desta forma que vamos sair da recessão e equilibrar os caixas, e não tirando direitos e mantendo privilégios.

Miguel Torres
Presidente do Sindicato e da CNTM