Estadão Online
A geração de vagas com carteira assinada, porém, cresceu acima do esperado
Daniela Amorim, da Agência Estado
RIO – Apesar de um leve recuo na taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do País, que passou de 6,2% em junho para 6,0% em julho, a geração de postos de trabalho não correspondeu ao comportamento esperado para o mês. Nessa época do ano, aumentam as contratações para dar conta de um aumento na demanda por produtos e serviços no segundo semestre do ano.
“O mercado não se aqueceu suficientemente para atender a essa demanda, essa procura por emprego”, explicou Cimar Azeredo, gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Você ainda tem 1,4 milhão de pessoas procurando emprego, e esse numero só vai ceder quando você tiver um mercado de trabalho mais aquecido para absorver essa mão de obra.”
Embora o mercado de trabalho não esteja criando tantas vagas quanto se esperava para essa época do ano, houve melhora na qualidade das vagas criadas, afirma Azeredo. “O mercado (de trabalho) não está absorvendo a mão de obra que se esperava, mas ele também está tendo uma qualidade que não se esperava, com a geração de mais empregos com carteira assinada”, assinalou Azeredo.
Segundo o gerente do IBGE, o aumento de 2,2% na geração de vagas com carteira assinada em São Paulo representa uma tendência de formalização do emprego. “Uma das regiões que mais geraram empregos com carteira foi a região metropolitana de São Paulo, que tem um efeito farol. O que acontece lá, depois se reflete nas outras regiões do País. Essa região é onde a indústria é mais forte, onde o rendimento é maior, então a gente pode concluir que essa melhora do emprego em São Paulo vai ser sentida também em outras regiões”, avaliou Azeredo.
São Paulo também registrou aumento do rendimento médio real em julho ante junho, de 1,7%, o que sinaliza um aumento do poder de compra da população. “O mercado de trabalho pode não estar avançando significativamente como em algumas previsões, mas cresce de forma sustentável. Mas há um crescimento razoável, acompanhado de crescimento significativo da qualidade do emprego, com vagas em carteira assinada”, disse o gerente do IBGE. “O mercado (de trabalho) está crescendo, está pagando mais, está contratando com mais qualidade, estimulando a formalização.”