por Miguel Torres

São graves e inadmissíveis as ideias do presidenciável Jair Bolsonaro na área do emprego, pois, além de não serem propostas eficazes no combate ao desemprego e à crise, se forem colocadas em prática -caso o candidato vença nas urnas- vão prejudicar a população mais vulnerável e piorar ainda mais a situação criada pela nefasta reforma trabalhista.

O candidato propõe uma carteira de trabalho “verde e amarela”, criando assim uma espécie de segunda classe trabalhadora, jogando o trabalhador para antes da CLT, sem proteção da justiça e dos sindicatos, obrigando o trabalhador a negociar individualmente em total desvantagem perante os patrões, principalmente os oportunistas e maus patrões.

Esta “segunda” classe trabalhadora ficaria sem ver a cor da tradicional carteira de trabalho, sem a garantia dos direitos e sem força para negociar, conquistar e melhorar de vida.

Não só os trabalhadores e o movimento sindical precisam se manifestar. É fundamental que toda a sociedade brasileira se posicione contra esta barbárie.

O problema é que a popularidade deste candidato cresceu, com eleitores achando que ele é uma novidade na política, se apegando a seus discursos fáceis, sem a necessária reflexão sobre que lado realmente ele defende.

É lógico que ele não representa a classe trabalhadora nem os setores produtivos que se vinculam ao nosso projeto nacional de desenvolvimento do Brasil, com distribuição de renda, empregos de qualidade para todos, trabalho decente (em ambiente seguro e com salário digno), democracia e justiça social.

Ele está do lado do dinheiro, do mercado financeiro, dos poderosos, dos privilegiados, dos egoístas e dos gananciosos que visam o lucro acima de tudo, sem preocupação com o ser humano, sem interesse público coletivo e sem ideia de nação.

Em um eventual governo “bolsonarista”, a crise econômica, social e política iria piorar e o Brasil continuaria patinando.

Podemos e devemos evitar esta tragédia anunciada, participando das eleições e votando em candidato progressista, aberto ao diálogo social, que vai assumir e colocar em prática políticas adequadas para a retomada do desenvolvimento. Está em nossas mãos!

Miguel Torres

Presidente interino da Força Sindical e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos).