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Bancários encerram greve em SP e em cidades de outros 18 Estados

Folha de S. Paulo

Após 21 dias de greve, os bancários de São Paulo e de cidades de outros 17 Estados decidiram nesta segunda-feira (26) encerrar a paralisação, aceitar o reajuste de 10% nos salários e retornar ao trabalho nesta terça.

Segundo balanço divulgado pela Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT), entre as capitais em que a paralisação foi encerrada estão Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Fortaleza (CE) e Curitiba (PR) (veja a lista completa abaixo).

Em São Paulo, onde foram feitas três assembleias de funcionários do setor privado, do Banco do Brasil e da Caixa, cerca de 6.000 trabalhadores aprovaram reajuste salarial de 10% para os salários —o que inclui 0,11% de aumento real (acima da inflação). Benefícios como vales refeição e alimentação serão corrigidos em 14%.

No Estado de SP, a greve também foi acabou na região do ABC, Jundiaí e em algumas cidades do interior, como em Catanduva.

A proposta aprovada foi a quarta oferecida pelos bancos em um prazo de 29 dias. Inicialmente a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) ofereceu 5,5% de reajuste com abono de R$ 2.500 e nas duas últimas semanas aumentou aos poucos o índice de correção dos salários até chegar em 10% sem o pagamento de abono.

Os bancários pediam em sua pauta de reivindicações 16% de reajuste —o índice incluía 5,7% de aumento acima da inflação medida pelo INPC acumulado nos últimos 12 meses.

Com o reajuste aprovado, a categoria acumula ganho real de 20,83% nos salários e 42,3% nos pisos salariais.

Mas o ganho real da campanha salarial de 2015 (0,11%) é o menor dos últimos seis anos. Um dos maiores foi em 2010 quando a categoria recebeu aumento de 3,08% acima da inflação.

Com o INPC beirando os 10%, tem sido menor o número de categorias profissionais que tem conseguido aumentos expressivos.

“Com esse índice, em 12 anos vamos acumular 20,83% de ganho real nos salários e 42,3% nos pisos. O vale refeição será de R$ 29,64 por dia, com reajuste de 14% e 3,75% de ganho real”, disse Juvandia Moreira, que preside o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e é uma das coordenadoras do comando nacional dos bancários.

“Foi uma das greves mais fortes dos últimos anos”, disse a sindicalista.

A Fenaban manteve a mesma posição que teve desde o início da paralisação e não comentou a negociação, nem os efeitos da greve.

LUCROS

Em relação à PLR (Participação nos Lucros e Resultados), a proposta aprovada prevê que será de 90% do salário mais valor fixo de R$ 2.021,79. O valor fixo do ano passado (R$ 1.838) também será reajustado em 10%.

A regra da PLR determina ainda que devem ser distribuídos no mínimo 5% do lucro líquido. Caso isso não ocorra, os valores de PLR devem ser aumentados até chegar a 2,2 salários.

Sobre os descontos dos dias parados, a negociação prevê abono de 53 horas para os dias parados para quem tem jornada de 6 horas (representa 63% de horas abonadas) e para quem tem uma jornada de 8 horas foram abonadas 81 horas (72%).

No país são 512 mil bancários, sendo 142 mil representados pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região.

BANCOS PÚBLICOS

O reajuste para os funcionários das instituições do setor público é o mesmo para os salários (10%) e os benefícios (14%). O que muda é o valor da PLR negociada em cada banco.

No caso da Caixa e do Banco do Brasil, além da regra básica da Fenaban, haverá PLR adicional de 4% do lucro líquido deste ano, distribuído igualmente para todos os empregados.

No BB, também há alguns itens específicos -como 4.000 bolsas de estudos de graduação, instalação de equipamento de segurança de detecção de metais (nas agências que forem realocadas e as que passarem por grandes reformas.

CAMPANHA SALARIAL DOS BANCÁRIOS EM 2015

O que receberam:

Reajuste Salarial de 10%, sendo 0,11 de aumento real
Correção de benefícios como vales refeição e alimentação em 14%
PLR com regra básica que prevê 90% do salário mais R$ 1.837,99 (podendo chegar a 2,2 salários) e parcela adicional de 2,2% do lucro líquido dividido igualmente entre os trabalhadores
auxílio-refeição de R$ 572,00
auxílio cesta alimentação e 13ª cesta de R$ 431,16
auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) de R$ 330,71
auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) de R$ 282,91

O que pediam:

Reajuste Salarial de 16%, sendo 5,7% de aumento real, com inflação de 9,88% (INPC)
PLR no valor de três salários mais R$ 7.246,82
Piso salarial mínimo do Dieese (R$ 3.299,66)
Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá – no valor de salário mínimo nacional (R$ 788)
14º salário
Fim de metas abusivas (maior pressão) para cumprimento de metas
Fim de demissões, ampliação das contratações, combate a terceirização e precarização das condições de trabalho
Mais segurança nas agências bancárias

Como foram os aumentos reais nos últimos anos
Percentuais concedidos acima da inflação acumulada em cada ano *

2009: 1,50%
2010: 3,08%
2011: 1,50%
2012: 2%
2013: 1,82%
2014: 2,02%
2015: 0,11%

(*) últimos 12 meses encerrados no mês anterior à data-base da categoria

Fonte: Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região

Lista de cidades, Estados e regiões que aprovaram o fim da greve

Estado de São Paulo

ABC paulista
Araraquara
Assis
Barretos
Bragança Paulista
Campinas
Catanduva
Guarulhos
Jundiaí
Limeira
Mogi das Cruzes
Piracicaba
Taubaté
Vale do Ribeira
São Paulo
Presidente Prudente

Centro-Norte

Acre
Amapá
Dourados
Pará
Naviraí
Rondônia
Rondonópolis
Campo Grande

Nordeste

Alagoas
Ceará
Paraíba
Piauí
Feira de Santana
Sergipe

Estado de Minas Gerais

Belo Horizonte
Divinópolis
Teófilo otoni

Paraná

Apucarana
Arapoti
Campo Mourão
Cornélio Procópio
Curitiba
Guarapuava
Londrina
Paranavaí
Toledo
Umuarama

Estado do Rio de Janeiro

Angra dos Reis
Campos dos Goytacazes
Macaé
Niterói
Nova Friburgo
Petrópolis
Rio de Janeiro
Sul Fluminense
Teresópolis
Três Rios
Baixada Fluminense
Itaperuna

Estado do Rio Grande do Sul

Alegrete
Bagé
Bento Gonçalves
Camaquã
Carazinho
Caxias do Sul
Cruz Alta
Frederico Westphalen
Guaporé
Horizontina
Lajeado
Litoral Norte
Nova Prata
Novo Hamburgo
Passo Fundo
Pelotas
Porto Alegre
Rio Grande
Rosario do Sul
Santa Rosa
Santana do Livramento
Santiago
Santo Angelo
São Borja
São Gabriel
São Leopoldo
São Luiz Gonzaga
Soledade
Vacaria
Valo do Paranhana

Estado de Santa Catarina

Criciúma
Florianópolis
Joaçaba