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Centrais e confederações apoiam trabalhadores da Nissan

Fotos Jaélcio Santana

Juruna, secretário-geral da Força Sindical, defende a solidariedade mundial entre a classe trabalhadora

Dirigentes da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos), Força Sindical, UGT e CUT assinaram nesta terça-feira (12), durante entrevista coletiva na sede da UGT, uma carta para o presidente da Nissan, Carlos Ghosn, manifestando repúdio e decepção às práticas antissindicais da empresa contra os trabalhadores da fábrica de Canton, no estado do Mississippi, Estados Unidos.

Além de defender o direito de organização sindical dos trabalhadores, os dirigentes deixaram claro que não vão tolerar a intransigência nem as atitudes discriminatórias da montadora. A Nissan é contra os trabalhadores fundarem um sindicato local e vem intimidando-os com ameaças de demissão, até mesmo o fechamento da unidade. A fábrica tem cerca de 4 mil funcionários, metade é temporária e ganha um salário mínimo, o correspondente a 12 dólares por hora, enquanto na unidade da Nissan em Detroit, o salário é 52 dólares/hora.

“Essa ação global e a unidade de ação são muito importantes. É uma ação real, de solidariedade, para defender os companheiros que não podem ter sindicato nos Estados Unidos. Lá, para ter um sindicato tem que ter uma eleição na fábrica. O patrão diz não e a lei dá esse direito a ele. A luta deles lá, pelo direito de ter representação sindical, de ter salário igual é nossa também, porque aqui também querem tirar direitos dos trabalhadores”, disse João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical e representante da CNTM e do presidente da confederação, Miguel Torres, no evento.

No documento, os sindicalistas exigem que a Nissan respeite o Pacto Global das Nações Unidades e a Declaração da OIT de Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho; que os representantes sindicais tenham acesso ao local de trabalho; que assegure que os trabalhadores que optarem pela filiação ao UAW (United Auto Workers) terão os direitos respeitados, sem retaliações; fim das práticas antissindicais e intimidações, entre outras.

Delegação – Os dirigentes também anunciaram a ida de uma delegação brasileira com 15 sindicalistas ao Mississippi para conhecer de perto a situação e apoiar a luta dos operários da montadora.

Participaram da coletiva representantes do UAW (United Auto Workers), sindicato que representa os metalúrgicos dos EUA, Rafael Messias Guerra e Ginny Toughalin. “Hoje é um dia importante para os trabalhadores do Mississippi porque eles sabem que não estão sozinhos e têm companheiros no Brasil, disse Ginny.

A Nissan é patrocinadora da Copa de 2014 no Brasil e dos Jogos Olímpicos em 2016, no Rio de Janeiro, e está construindo uma nova fábrica em Resende (RJ). Daí a importância de universalizar a defesa dos direitos dos trabalhadores com ações globais.


Juruna, Patah e Wagner assinaram carta ao presidente da Nissan

Metalúrgicos de São Paulo e Ginny, da UAW: solidariedade