Valor Econômico
Por Camilla Veras Mota | De São Paulo
A exigência de mudanças nas novas regras para concessão de seguro-desemprego e pensões por morte será um dos temas principais das manifestações marcadas para hoje pelas seis maiores centrais sindicais do país. Em São Paulo, os atos começam no vão do Masp, a partir das 9 horas. Estão previstas ações em Curitiba, Florianópolis, Belém, Salvador, Manaus, Belo Horizonte, Porto Alegre, Fortaleza e Rio de Janeiro.
O governo sinalizou a possibilidade de revisão das medidas provisórias 664 e 665 no último dia 19, quando os sindicalistas se reuniram em São Paulo com quatro ministros, entre eles Nelson Barbosa (Planejamento) e Manoel Dias (Trabalho).
Na ocasião, o ministro da Secretaria-Geral da República, Miguel Rossetto, afirmou que as equipes técnicas do governo e das entidades trabalhistas se reuniriam para avaliar propostas de correção e, eventualmente, alterar o conteúdo das medidas.
O primeiro encontro ocorreu na sexta-feira. Representantes das centrais afirmam, entretanto, que ainda não foram debatidas mudanças concretas. O governo também não teria ainda comunicado às centrais quais pontos das novas regras estaria disposto a alterar.
Segundo Miguel Torres, presidente da Força Sindical, está marcada para o dia 3 de fevereiro uma reunião em São Paulo, para que sejam avaliados os primeiros estudos feitos pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicas (Dieese). As propostas, ainda de acordo com o sindicalista, devem incluir novas sugestões de fontes para o aumento da arrecadação pública, para que o ajuste fiscal não pese tanto sobre os direitos trabalhistas.
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Para Ricardo Patah, à frente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), uma das demandas prioritárias é a redução da carência para a requisição do seguro-desemprego elevada de 6 para 18 meses para o primeiro pedido e de 6 para 12 meses no segundo.
Para as centrais sindicais, que consideram difícil o diálogo com o governo da presidente Dilma Rousseff, o gesto de composição feito por Rossetto na semana passada foi positivo. Elas mantêm, contudo, as críticas que fizeram às novas medidas, que consideram um descumprimento das promessas feitas durante a campanha de reeleição e que foram anunciadas sem comunicação prévia com as entidades trabalhistas.