Começa reunião que vai discutir futuro da GM em São José

Cerca de vinte pessoas participam do encontro.
Previsão é que debate termine à tarde.

Carlos Santos Do G1 Vale do Paraíba e Região

Teve início a reunião que vai discutir nesta quarta-feira (25) o futuro da planta da General Motors em São José dos Campos . O encontro, que começou por volta das 11h, ocorre na sala de reunião do sétimo andar, onde fica o gabinete do prefeito que também participa do encontro.

Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, cerca de vinte pessoas – o dobro do esperado – participam da reunião, entre representantes da empresa, prefeitura, sindicato e do Ministério do Trabalho. A previsão é que o encontro dure cerca de três horas.

A discussão ocorre um dia após a montadora fechar as portas temendo paralisações dentro da unidade. Em São José, a planta da GM possui cerca de 7.500 funcionários.

Os representantes da fabricante foram os primeiros a chegar à prefeitura, mas não conversaram com a imprensa. Antônio Ferreira de Barros, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, disse ao G1 que está disposto a negociar.

Segundo ele, o mais importante é garantir o emprego dos trabalhadores. “Espero que o governo federal cobre da empresa uma garantia que os trabalhadores serão mantidos”, afirmou.

A paralisação ocorrida na última terça-feira (24) ocorre em meio a uma crise entre GM e sindicato por conta da ameaça de demissão de 1.500 funcionários do setor conhecido como MVA, onde são produzidos Corsa hatchback, Classic, Meriva e Zafira – os dois últimos carros devem sair de linha.

Além da linha de produção da MVA, a planta da GM em São José tem outras sete linhas de produção – uma para a fabricação da picape S10 e as demais para a produção de motores, cabeçotes e componentes.

Greve
Na semana passada, os metalúrgicos da GM aprovaram uma greve de 24 horas para tentar impedir os planos da montadora de encerrar as atividades do setor MVA no município.

Foi a segunda mobilizaçãoem menos de uma semana. No dia 12, os trabalhadores realizaram uma paralisação de advertência de duas horas e votaram estado de greve.

Nota
O  presidente em exercício da Central dos Trabalhadores do Brasil, Wagner Gomes, divulgou uma nota sobre a situação da GM em São José dos Campos. Leia abaixo a nota na íntegra.
As centrais sindicais Força Sindical, CTB, NCST e UGT repudiam a atitude da GM que pretende demitir 1,5 mil trabalhadores e decidiu manter 7,5 mil funcionários em licença remunerada na fábrica em São José dos Campos, interior de São Paulo.

A GM foi beneficiada com o corte do IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) feito pelo governo para ajudar recuperar as vendas dos automóveis e manter os empregos.

Agora, a montadora rompe o acordo, promove locaute e ameaça demitir em massa, recurso condenável e muito usado no passado, quando não havia tantas negociações entre capital e trabalho.

As centrais se solidarizam com os trabalhadores e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos. A solução para o impasse virá unicamente pela via da negociação, que tem de ser aberta, o quanto antes, pela montadora.