Por Cristiano Romero e Lucinda Pinto | De São Paulo
O Banco Central deve iniciar, em abril, um novo ciclo de aperto monetário. É o que prevê Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do BC e hoje sócio da Mauá Sekular Investimentos. Ele considera que a sinalização nesse sentido foi dada na semana passada pelo presidente do BC, Alexandre Tombini, quando disse não estar confortável com a inflação e com o fato de os reajustes de preços terem se espalhado pela economia. “No mercado, a ficha ainda não caiu”, observou.
Figueiredo acredita que, depois da intervenção do BC na última sexta-feira, com a intenção de diminuir um pouco a queda do dólar, ficou claro que o câmbio não será usado como substituto dos juros no combate à inflação. Ele entende que o BC não agiu antes na área monetária porque os efeitos dos choques ocorridos em 2012 ainda não haviam se espalhado pela economia.
O executivo diz que, quanto mais cedo o BC agir, menor será o aperto monetário necessário para derrubar a inflação e melhorar as expectativas. “Há momentos em que você tem de fazer um certo carinho na ortodoxia”.