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Governo mantém medidas que tornam mais rígido acesso a seguro-desemprego

Decisão foi anunciada após reunião entre centrais sindicais e ministros do Planejamento, Trabalho e Previdência Social

POR ROBERTA SCRIVANO

Mesmo com a pressão das centrais sindicais, o governo federal decidiu manter as medidas provisórias 664 e 665, sancionadas no fim do ano passado e que tornam mais rígido o acesso dos trabalhadores a benefícios, como o seguro-desemprego. Segundo Miguel Rossetto, Secretário Geral da Presidência, porém, serão organizadas comissões nas quais os sindicalistas poderão debater as MPs no Congresso.

— Vamos criar espaços tripartites para que governo, centrais e parlamentares compartilhem opiniões sobre essas medidas — disse Rossetto a jornalistas.

A decisão foi comunicada depois de quase três horas de reunião entre as centrais sindicais e os ministros Nelson Barbosa (Planejamento), Manoel Dias (Trabalho) Carlos Gabas (Previdência Social), além de Rossetto, em São Paulo.

Rossetto evitou falar sobre a real possibilidade de o texto das MPs ter alterações ou mesmo cair. Visivelmente incomodado com as perguntas sobre a chance de haver revogação das medidas, o ministro limitou-se a dizer que o governo “está demonstrando interesse em debater” ao inserir os trabalhadores no debate.

— O tema não é esse (retroceder) o governo está aberto a discutir essa agenda — frisou.

Os líderes sindicais voltaram a dizer que as MPs tiram direitos dos trabalhadores e reforçaram que o debate começou tarde demais — apenas depois da entrada em vigor das MPs. Miguel Torres, presidente das Força Sindical, frisou que até agora “só há medidas negativas” ao trabalhador.

AJUSTE FISCAL

Wagner Freitas, presidente da CUT, salientou que a negociação será “retomada no Congresso”. Para ele, o ajuste fiscal que a equipe econômica está promovendo deveria ser feita do lado do empresário e não do trabalhador.

— Que tributem as grandes fortunas, as remessas ao exterior. Temos outras alternativas para que o governo faça a economia que ele quer fazer. Porque nós não aceitamos que isso seja feito no direito dos trabalhadores — disparou Freitas.

O presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, acrescentou que neste momento as centrais devem se unir ainda mais na tentativa de “saírem vitoriosas desta negociação” no Congresso.