O número de greves no país em 2011 foi o mais alto já registrado em 15 anos, segundo balanço divulgado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) nesta quinta-feira. Ao todo, foram 544 ocorrências no ano passado, ante 631 em 1997.
O estudo mediu os registros do Sistema de Acompanhamento de Greves do Dieese nos anos de 2010 e 2011. Nesse período, houve um aumento de 24% no número de paralisações. De acordo com o departamento, as ocorrências vêm aumentando no país desde 2002.
Apesar disso, o Dieese considera os números baixos ao longo dos últimos 15 anos. Em 1989, por exemplo, o número de greves no país chegou a 1.962.
Na comparação entre 2010 e 2011, cresceu o número de horas paradas durante as greves. Na esfera pública, passaram de 30,08 mil para 52,74 mil (crescimento de 39%). Já na esfera privada, o número pulou de 6,65 mil para 10,27 mil (54%).
Enquanto diminuiu o número de servidores públicos envolvidos em greve — 1,14 milhão em 2010 e 1,05 milhão em 2011–, quase triplicou o número de grevistas de empresas privadas –242,86 mil em 2010 e 711,65 mil em 2011.
Nos dois anos, reajustes salariais e auxílio-alimentação foram as maiores reivindicações dos grevistas. Quase metade das paralisações tiveram essas motivações.