Onda de greves chega a Portugal e serviços param


SÃO PAULO – Os funcionários públicos portugueses fecharam escolas, tribunais e hospitais ontem em uma greve para protestar contra medidas de austeridade fiscal do governo. Os sindicatos disseram que 80% dos trabalhadores do setor público participam da paralisação – o governo socialista do país disse que foram apenas 14%.

Estava previsto que hoje a Grécia realizasse mais uma greve geral também em protesto contra as novas medidas de austeridade anunciadas ontem por Atenas.

Os grevistas em Portugal estão desafiando o congelamento dos seus salários neste ano pelo governo, durante a grave crise econômica que elevou o nível de desemprego do país para o pior trimestre em um século. “Os funcionários públicos não vão recuar, eles vão resistir, para mudar a posição do governo”, disse Ana Avoila, coordenadora do sindicato Frente Comum, do lado fora de um centro de segurança social no centro de Lisboa, que estava fechado.

Ela disse que os serviços de saúde, o governo local e as escolas estão fechadas no país. A porta-voz de um dos maiores hospitais de Lisboa afirmou que todas as consultas, normalmente 500 por dia, estão canceladas. Mas o governo, que está sob pressão dos mercados para reduzir seu déficit orçamentário, disse que o impacto da greve é mínimo, com apenas 14% dos trabalhadores fora de seus postos.

“Os números mostram que a maioria dos funcionários públicos aceitou a mensagem de realismo”, disse Gonçalo Castilho, secretário de Estado para a administração pública.

Agência Estado