Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) ficou em 0,39% em agosto. O resultado supera a taxa de 0,33% de julho e de 0,27% de agosto de 2011. No acumulado do ano, o índice, que funciona como uma prévia da inflação oficial do país, ficou em 3,32%, inferior ao de igual período de 2011 (4,48%). Em 12 meses, a taxa chega a 5,37%, acima do resultado dos 12 meses imediatamente anteriores (5,24%).
De acordo com os dados divulgados hoje (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a principal contribuição para esse aumento de julho para agosto veio do grupo transportes, cuja taxa passou de -0,59% para zero. A variação foi pressionada, sobretudo, pelos itens automóvel novo (de –2,47% para 0,04%), ônibus interestadual (de 1,49% para 3,4%), seguro de veículos (de –0,33% para 0,96%) e automóvel usado (de –2,45% para –0,15%).
No grupo educação, o índice passou de 0,1% para 0,54%. Os cursos regulares ficaram 0,32% mais caros, enquanto os cursos diversos (informática, idioma, etc.) apresentaram alta de 1,39%.
Embora tenha apresentado redução em relação ao mês anterior, o grupo alimentação e bebidas (de 0,88% em julho para 0,76% em agosto) foi o que teve a maior variação no IPCA-15 no período.
O tomate (de 29,30% para 36,65%) continuou a liderar o ranking dos produtos que tiveram os principais impactos no índice do mês, com 0,09 ponto percentual. Também apresentaram alta a cenoura (de 13,63% para 19,37%), o refrigerante fora do domicílio (de 0,47% para 1,84%), a cerveja fora do domicílio (de 1,21% para 1,76%), o óleo de soja (de 1,15% para 1,17%), e o macarrão (de -0,28% para 1,02%).
Entre os itens que tiveram queda, os destaques ficaram com o feijão-carioca (de –4,52% para –9,33%), a batata-inglesa (de 11,78% para –9,23%) e as carnes (de –0,53% para -0,76%).
A taxa do grupo despesas pessoais diminuiu no período, de 0,92% para 0,68%. O grupo habitação também sofreu decréscimo, ao passar de 0,41% em julho para 0,28% em agosto. A redução do aluguel residencial (de 1,16% para 0,43%) foi o principal responsável pela variação do grupo.
Na comparação com as regiões, Fortaleza apresentou o maior aumento (0,69%) e o menor foi o de Curitiba (0,23%).
O IBGE informou que, devido à greve dos seus servidores no Rio de Janeiro, que resultou na indisponibilidade das informações da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) referentes ao mês de junho, foram utilizados os últimos rendimentos disponíveis naquela região, que se referem ao mês de maio, para estimar a tendência da série de rendimentos em agosto.
O IPCA-15 se refere às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, de Porto Alegre, de Belo Horizonte, do Recife, de São Paulo, de Belém, de Fortaleza, de Salvador e de Curitiba, além de Brasília e Goiânia.
Edição: Juliana Andrade