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Recuperação de SP puxou indústria, aponta IBGE

Valor

A produção industrial subiu em apenas 5 dos 14 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entre março e abril. Os avanços foram verificados em Pernambuco, com alta de 10,2%; São Paulo, com crescimento de 2,6%; Minas Gerais, com alta de 2,4%; Goiás, com avanço de 0,8%; e Rio de Janeiro, com crescimento de 0,7%. No geral, a indústria subiu 0,1% em maio sobre abril, feitos os ajustes sazonais.

Nos outros nove locais pesquisados houve queda, com destaque para o recuo do Amazonas, de 13,5%. As demais taxas negativas foram assinaladas por Rio Grande do Sul (-3,6%), Bahia (-2,5%), Santa Catarina (-2,2%), Ceará (-2,1%), Espírito Santo (-1,4%), Região Nordeste (-1,3%), Pará (-0,5%) e Paraná (-0,5%).

Segundo o IBGE, São Paulo foi a região responsável pela alta de 0,1% na produção industrial brasileira em abril, na comparação com março, mas o detalhamento mostra que o resultado ainda está longe de significar um movimento de recuperação mais profundo, seja na indústria paulista, seja na nacional. André Macedo, gerente da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do IBGE, pondera que a base de comparação depreciada favoreceu bastante a recuperação de abril, que foi calcada não apenas em poucas regiões – apenas 5 das 14 tiveram alta na produção frente a abril – mas também em poucos setores da indústria.

Por ter o maior peso na produção industrial, cerca de 35% do total, a alta de 2,6% na produção da indústria de São Paulo em abril ante março foi suficiente para puxar o resultado geral do Brasil. Mas essa alta em São Paulo foi alavancada por dois setores, o de produtos alimentícios e o de derivados de petróleo e biocombustíveis. E em ambos os casos a cadeia da cana esteve presente como principal fator de avanço.

Nos alimentos, o açúcar foi o principal fator para o crescimento, enquanto entre os derivados de combustíveis e biocombustíveis, o etanol carregou a recuperação. Macedo ressalta o clima mais favorável, que permitiu a antecipação da moagem da cana, como fator preponderante para o bom resultado dos dois setores.

“Já tivemos cenários piores. Duas taxas positivas [no resultado da indústria nacional] são melhores que duas quedas, mas elas não confirmam a recuperação para a indústria brasileira”, frisa Macedo. “Não podemos descartar a base de comparação baixa”, acrescenta.
O gerente da pesquisa lembra que o patamar da indústria geral alcançado em abril ainda está 1,1% abaixo do registrado no fim de dezembro. Considerando sempre a série ajustada sazonalmente que compara o mês com mês anterior, a produção industrial subiu em janeiro (0,4%), março (1,4%) e abril (0,1%), mas a queda de fevereiro (-2,9%) foi suficiente para reverter o possível quadro de alta no ano.

Macedo destaca ainda que a indústria geral vem sendo puxada pelo comportamento do setor em São Paulo. Se a indústria nacional avançou 1,4% em março e 0,1% em abril, em São Paulo o crescimento foi mais expressivo, de 1,4% em março e de 2,6% em abril, acumulando alta de 4% em dois meses.

“Mas o mesmo vale para São Paulo. A base de comparação é muito baixa”, frisa Macedo, destacando que tanto no acumulado janeiro-abril (-11%), quanto no acumulado dos últimos 12 meses (-12,2%) o resultado de São Paulo é pior que o da indústria geral – recuos de 10,5% e de 9,6%, respectivamente.