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Sindicatos e empresários se unem para evitar quebra de construtoras

Fonte: O Estado de São Paulo

Sindicalistas preparam com empresários uma agenda de seminários e manifestações populares para fechar um documento único em defesa de acordos de leniência entre órgãos do governo com empresas de petróleo, gás e construção civil, de forma a acabar com a “quebradeira” de empresas e as demissões.

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A agenda prevê a realização de um seminário em São Paulo para 1,5 mil participantes, entre sindicatos e empresas, no dia 3 de dezembro, para discutir a política econômica do governo e as saídas para a crise a partir de 2016. Em seguida, está prevista uma manifestação nas ruas, no dia 8 de dezembro, e a entrega do documento, em Brasília, para o Palácio do Planalto e o Congresso, no dia seguinte.

Segundo os sindicalistas, os efeitos da Operação Lava Jato foram combinados com o ajuste fiscal e produziram “uma quebradeira geral” no País.

As revelações dos esquemas de corrupção das grandes empreiteiras com a Petrobrás travaram contratos na indústria naval e no ramo de petróleo e gás. Ao mesmo tempo, o ajuste fiscal foi produzido, até agora, principalmente na base do corte de gastos públicos, em especial os investimentos, o que fez cair drasticamente o ritmo de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Miguel Torres, presidente da Força Sindical, destaca a influência das demissões na economia. — O que estava fazendo o País crescer nos últimos anos parou, tudo ao mesmo tempo. As demissões não param de aumentar e isso afeta todos os setores.

Todas as centrais sindicais estão envolvidas na agenda, em especial a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Força Sindical e a União Geral dos Trabalhadores (UGT), as três maiores do País, que representam cerca de 4,3 mil sindicatos. De acordo com Sérgio Nobre, secretário-geral da CUT, a experiência internacional é de acordos de leniência que permitem que empresários corruptos sofram as consequências penais e administrativas enquanto as empresas podem continuar operando nos mercados.

— É difícil ver empresas fechando, trabalhadores perdendo emprego. Não dá mais. Por isso vamos chamar as principais lideranças empresariais envolvidos, mas também empresários de comércio e os bancos. Precisamos de um acordo para o desenvolvimento voltar.

Governo defende acordo- Os acordos de leniência são defendidos pelo próprio governo e seriam fechados por meio da Controladoria Geral da União (CGU), envolvendo a Advocacia Geral da União (AGU), a própria Petrobrás, quando forem obras da estatal, e empresas privadas. Esses acordos permitiriam que empresas privadas envolvidas em investigações continuassem operando obras públicas e contratos da Petrobrás. Para conseguir esse acordo, as companhias precisam reconhecer ilícitos, auxiliar as autoridades nas investigações, se comprometer a evitar a repetição no futuro e devem ressarcir os cofres públicos.

Segundo o presidente da Força Sindical, o movimento de trabalhadores e empresários não é “pró-corrupção”, mas “pró-empregos e investimentos”.

De acordo com Ricardo Patah, presidente da UGT, a crise nos setores de petróleo, gás natural e construção civil atinge todos os trabalhadores, também de indústria e comércio, pela queda na demanda decorrente do menor poder aquisitivo.