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Metalúrgicos, bancários, químicos, petroleiros aprovaram uma agenda de manifestações pelo fim da cobrança do Imposto de Renda na PLR (Participação nos Lucros ou Resultados) recebida pelos trabalhadores.
A mobilização começa com passeata na Via Anchieta nesta quarta-feira (21) e protesto na Avenida Paulista na quitna-feira (22).
As entidades reivindicam a aprovação, pelo Congresso Nacional, das emendas apresentadas pelos deputados federais Paulinho da Força (PDT-SP) e Vicentinho (PT-SP), à Medida Provisória 556, que isentam a PLR, os abonos salariais e o adicional de um terço das férias da cobrança de imposto de renda.
Jaelcio Santana![]() Tadeu Morais, João A.de Morais (petroleiros), Paulo Lage (químicos ABC), Juvendia (bancários), Sérgio Nobre (metalúrgicos ABC), Gentil (eletricitários) |
“Quem aplica na Bolsa de Valores ou recebe lucros e dividendos das empresas não sofre desconto nenhum. Já o trabalhador é tributado. Essa é uma injustiça que precisa ser corrigida”, afirmou o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Tadeu Morais.
A agenda foi anunciada em entrevista coletiva nesta terça-feira (20), na sede do Sindicato dos Bancários de São Paulo, pelos presidentes das entidades – Juvandia Moreira (bancários SP), Sérgio Nobre (metalúrgicos do ABC), Paulo Lage (químicos do ABC), João Antonio de Morais (petroleiros), Gentil de Freitas (eletriciários de Campinas), e Tadeu Morais, representando o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de SP, Miguel Torres.
Os dirigentes apresentaram também dados que mostram quanto os trabalhadores perdem com a mordida do Leão (veja abaixo).
“É um dinheiro que o trabalhador vai direcionar para o consumo, aumentar a arrecadação do governo e aquecer a economia neste momento difícil, com a desindustrialização ameaçando nossa produção e empregos”, disse Sérgio Nobre. Segundo ele, a indústria automobilista recuou 19,55% nos dois primeiros meses deste ano na comparação com o mesmo período de 2011. “É necessário reaquecer a economia. Não é mais teoria, tem fábrica fechando. Se o governo desonerar os trabalhadores, significa mais consumo e imposto sobre produtos”, disse.
Confira as mobilizações:
Dia 21/3 (quarta-feira)
– Passeata dos metalúrgicos da Mercedes-Benz (13 mil trabalhadores) e Ford (5 mil), na Via Anchieta. A concentração será às 7h em frente à portaria principal da Mercedes-Benz (km 14), em São Bernardo do Campo, com caminhada até o km 13. O encerramento será às 10h. A manifestação contará com o apoio de todas as categorias envolvidas na campanha, da capital e do Interior do Estado.
Dia 22/3 (quinta-feira)
– Manifestação e panfletagem na Avenida Paulista, a partir das 8h, com atos em frente aos maiores bancos, e ato às 11h, em frente à sede do Banco Central, na altura do nº 1.804.
– Reunião das centrais sindicais com ministro da Fazenda, Guido Mantega, em Brasília. As entidades vão cobrar do ministro o compromisso assumido por ele, de fazer um estudo sobre essa questão e estabelece uma agenda de negociações.
Dia 27/3 (terça-feira)
– Dirigentes sindicais vão ao Congresso Nacional visitar os líderes dos partidos para pedir apoio às emendas que acabam com a cobrança do imposto sobre os benefícios recebidos pelos trabalhadores.
Início da campanha – A campanha teve início no segundo semestre de 2010, com a realização e a entrega de um abaixo-assinado na Câmara dos Deputados, pedindo o fim da cobrança do IR na PLR, tendo em vista que os empresários e aplicadores em bolsas estão isentos do imposto.
Medida Provisória – Medida Provisória 556. De acordo com o relator da medida provisória 556, deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS), a MP deve ser votada a partir de 25 de março. A MP 556 recebeu 41 emendas, das quais 12 foram aceitas pelo relator.
Além das emendas, dois projetos de lei também buscam a isenção do IR na PLR: um deles do próprio Vicentinho e o outro do deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP).