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Mobilização: Trabalhadores lutarão em 2016 para manter direitos

Diário de S. Paulo

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Foto: Jaélcio Santana

Em 2015 o Brasil perdeu cerca de 1,5 milhão de postos de trabalho, e a indústria liderou as demissões

A expectativa é de os trabalhadores intensificarem a luta para defender seus direitos neste ano, porque grandes desafios foram colocados pelo governo e pelos patrões. “Precisamos pressionar o governo para mudar a política econômica, porque aumentou a pressão para a reforma da Previdência, o desemprego deve alcançar três milhões de pessoas em dois anos (2015 e 2016) e a tabela do IR não foi atualizada”, afirma Paulo Pereira da Silva, Paulinho, presidente da Força Sindical.

“A nossa primeira reação foi o ‘Carnaval dos Aposentados’, em protesto contra a reforma da Previdência e o descaso com o qual são tratados”, declara. O desemprego, na visão de Paulinho, é muito preocupante. Os desempregados demoram meses procurando emprego, enviando currículos, e não conseguem sequer fazer entrevistas para uma nova colocação no mercado de trabalho.

“Toda esta busca dura enquanto o desempregado tem dinheiro para pagar a passagem de ônibus, metrô ou trem. Quando o dinheiro acaba, o único jeito é enviar o currículo pela internet”, destaca Melquíades de Araújo, presidente da Federação da Alimentação SP.

Em 2015 o Brasil perdeu 1,5 milhão de postos de trabalho, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). As demissões ocorrem em todas as áreas. A indústria liderou as demissões com 608,8 mil, diminuindo sua participação no volume de vagas no País para 19,2%, contra 20,9% em janeiro de 2013. Neste ano, o setor de serviços deve dispensar mais.

“Todo este quadro é dramático, e por este motivo temos de pressionar o governo para mudar a política econômica”, ressalta Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e da CNTM.

Imposto de Renda – Paulinho, que também é deputado federal pelo Solidariedade-SP, deve apresentar, logo no início deste ano, na Câmara dos Deputados, uma emenda para a atualização da tabela do IR.

Hoje, o recolhimento do imposto pesa mais no bolso do trabalhador que recebe salário menor. Quem ganha R$ 1.900,00 já recolhe o tributo, e precisa escolher o que cortar de suas despesas básicas para honrar seus compromissos. Consideramos que o governo pode, e deve, cobrar de quem ganha mais. Quem ganha salário acima de R$ 4.664,68 paga a mesma alíquota (27,5%) de quem ganha R$ 10 mil, R$ 50 mil. “Só assim poderá evitar a pecha de ser um governo que pratica uma política social injusta”, diz Paulinho.