A pesquisa Desigualgade Mundial 2018, divulgada ontem e liderada pelo pelo economista francês Thomas Piketty evidenciou uma questão latente no Brasil: quase 30% da renda do País está hoje na mão de 1% dos habitantes, a maior disparidade entre todas as nações avaliadas.
O grupo que desenvolveu o mapa da desigualdade, composto por centenas de estudiosos, mostrou as diferenças abismais em mais de 50 nações ao redor do globo terrestre, e sinalizou que, no caso do Brasil, a concentração de renda apresentou um salto no começo da ditadura, no início dos anos 70.
Segundo os dados coletados, os milionários brasileiros ficaram à frente dos milionários do Oriente Médio, que aparecem com 26,3% da renda da região. Na comparação entre países, o segundo colocado em concentração de renda no 1% mais rico é a Turquia, com 21,5% em 2015.
O Brasil também surge no recorte dos 10% mais ricos, mas não de forma tão intensa quanto na comparação do 1% mais rico. Os dados mostram o Oriente Médio com 61% da renda nas mãos dos 10% mais ricos, seguido por Brasil e Índia, ambos com 55%, e África Subsaariana, (54%).
A região em que os 10% mais ricos detêm menor fatia da riqueza é a Europa, com 37%. O continente europeu é tido pelos pesquisadores como exemplo a ser seguido no combate à desigualdade. Como alternativa, eles sugerem a implementação de regimes de tributação progressivos e o aumento dos impostos sobre herança, além de mais controle de evasão fiscal.
